(Sarah Hummell, Alexis Hebert e Kurt Bagley)

1-As campanhas do Brasil e Estados Unidos são muito diferentes na construção da estratégia.

Nos EUA o cidadão americano não é obrigado a votar, temos 2 partidos que dominam o cenário político e tem ainda o sistema de eleição por delegados que pondera população e representatividade. Listando apenas esses fatores podemos afirmar que as estratégias construídas pela equipe de campanha são muito desafiadoras, pois é preciso vencer o jogo político dentro do partido e depois convencer o seu eleitor a sair de casa no dia da eleição e jogar com a quantidade de delegados necessários para vencer a eleição presidencial. No Brasil não é mais fácil, temos sérios problemas de financiamento, estruturas partidárias, compra de votos e o nosso sistema proporcional, mas ficou claro a diferença gritante na construção do projeto.

2-Eleições Americanas demandam um altíssimo investimento financeiro e capacidade de captação de recursos.

A campanha de Joe Biden foi a primeira na história americana a arrecadar 1 bilhão de dólares em doações de eleitores e apoiadores. Isso já deixa claro que é um jogo de alto nível e reflete o poder econômico americano, a maior parte desses recursos são gastos com mídia tradicional, pesquisas, pagamento de voluntários, estruturas de comitê e gastos com marketing digital.

3-Definir uma mensagem é fundamental!

Em uma campanha é fundamental ter uma mensagem clara e objetiva, ao levar o discurso do candidato até a sua base em diferentes estados e regiões a equipe do Biden adaptava materiais publicitários e impressos de acordo com as pesquisas feitas para otimizar a conexão com o eleitor, mas a mensagem central sempre é a mesma. A mensagem é concebida pelos estrategistas no início da campanha, uma vez escrita em pedra é levada como norte para toda equipe e voluntários durante a eleição.

4-Um exército de voluntários é essencial para o sucesso!

Você com certeza já viu em algum filme que durante as eleições os voluntários vão até os comitês e campanha para fazer ligações, fazer ações de rua para convencimento de outros eleitores e colocar placas nas residências do interior. A campanha de Biden não foi diferente, contou com mais de 150 mil voluntários pelo país e uma boa parte deles receberam ajuda de custo para participar deste processo. Para gerir essa tropa a equipe contava com aplicativos de relacionamento, onde existia um alto fluxo de informações entre comitês centrais e locais, manual de treinamento voluntários, combate a fake news e conexão com o sistema logístico de alto nível para não faltar materiais em cada canto do país. Essa megaestrutura deixou claro a importância de criar e gerir uma rede de voluntários em uma campanha profissional.

5- A campanha do Biden foi gigante, mas os princípios utilizados são aplicáveis em campanhas menores.

Apesar de ficar impressionado com a robustez e volume de recursos investidos podemos identificar princípios utilizados em campanhas menores como: Utilização de pesquisas na construção da estratégia, definição de uma mensagem clara da sua campanha ao eleitor, investir em captação de recursos, utilização da imprensa, organizar dados dos seus apoiadores e construir uma rede de voluntários.