ARQUÉTIPOS! – NARA BORGES

ARQUÉTIPOS! – NARA BORGES

Entrevistamos a Nara Borges que é graduada em Relações Públicas e Mestre em Comunicação na Contemporaneidade. Executiva com mais de 20 anos de experiência, atuou como Relações Públicas no setor de entretenimento, agências de comunicação, mercado financeiro e 3º setor. Possui profundo conhecimento em planejamento estratégico voltado a gestão da comunicação integrada, posicionamento de marca!

O que são os Arquétipos?

São conteúdos do inconsciente coletivo que representam padrões universais e atemporais de pensamento e comportamento. 

Os arquétipos oferecem uma maneira de compreender as narrativas humanas, os símbolos e os comportamentos comuns que transcendem as diferenças culturais e históricas.

Quais os principais tipos de arquétipo?

Os arquétipos são conceitos fundamentais na psicologia analítica desenvolvida por Carl Gustav Jung que são eles: Inocente, Explorador, Sábio, Herói, Fora-da-Lei, Mago, Cara comum, Amante, Bobo da Corte, Prestativo, Criador, Governante.

Como os arquétipos podem ser aplicados para compreender a imagem e a mensagem de candidatos políticos? 

Os candidatos adotam uma combinação de arquétipos ao longo de suas campanhas políticas para transmitir uma mensagem eficaz para o seu público-alvo.

Já na construção da imagem do candidato, o uso dos arquétipos gera identificação com o eleitor e faz com que ele compreenda melhor a narrativa do candidato. 

Você pode fornecer exemplos de candidatos que personificaram arquétipos específicos ao longo da história?

Nelson Mandela (O Herói), Margaret Thatcher (O Amante), Che Guevara (O Fora da Lei), Winston Churchill (O Sábio), Vladimir Putin (O Amante), Angela Merkel (O Mago), Lula (O Cara Comum), Deltan Dellagnol (O Herói), Fernando Henrique Cardoso (O Sábio).

De que maneira os arquétipos podem influenciar a percepção pública de um candidato? Como isso afeta sua eleição e apoio?

A eficácia dos arquétipos na influência da percepção pública pode variar amplamente com base em fatores como cultura, contexto político e as características individuais dos candidatos. Os arquétipos influenciam na conexão emocional passando a percepção de credibilidade, identificação e empatia ou pode gerar rejeição e resistência. 

A percepção do arquétipo atrai eleitores, gera entusiasmo e engajamento, passa credibilidade e confiança, pode gerar rejeição ou oposição, auxilia na mobilização de base, na polarização e avaliação de competência

Quais são os desafios éticos associados ao uso de arquétipos na política? Pode haver riscos de manipulação da opinião pública ao aplicar essa abordagem?

O uso de arquétipos também possui desafios éticos já que  podem ser utilizados de forma desonesta para criar uma imagem pública falsa; podem provocar as emoções de medo e/ou raiva no eleitor; pode manipular a imagem para projetar arquétipos específicos, mesmo que esses não reflitam sua verdadeira personalidade ou intenções; pode contribuir para a polarização política, pois os eleitores podem ser levados a ver os candidatos como heróis ou vilões.

Os riscos de manipulação da opinião pública acontecem quando a abordagem é aplicada de forma desonesta ou enganosa.

Para mitigar os riscos éticos associados ao uso de arquétipos na política, é importante promover a transparência, a honestidade e o engajamento cívico informado. 

Como as estratégias de campanha são projetadas levando em consideração os arquétipos para atrair diferentes grupos demográficos de eleitores? Há exemplos recentes de campanhas bem-sucedidas nesse sentido?

As estratégias de campanha muitas vezes são projetadas levando em consideração os arquétipos para atrair diferentes grupos demográficos de eleitores. Os candidatos e suas equipes de campanha podem identificar os arquétipos que ressoam com segmentos específicos do eleitorado e ajustar suas mensagens e abordagens de acordo. Aqui estão alguns exemplos de como isso pode ser feito:

Segmentação de público: Os candidatos podem identificar grupos demográficos específicos, como jovens, idosos, mulheres, minorias étnicas, entre outros, e adaptar suas mensagens e abordagens com base nos arquétipos que tendem a ressoar com esses grupos. Por exemplo, uma campanha pode destacar o arquétipo da “Mãe” ao abordar questões de cuidados com a saúde para atrair eleitores preocupados com essa questão.

Narrativas personalizadas: Os candidatos podem incorporar narrativas pessoais que enfatizem arquétipos relevantes para diferentes grupos demográficos. Por exemplo, um candidato pode compartilhar histórias de sua infância difícil para personificar o arquétipo do “Herói” e atrair eleitores que valorizam a superação de desafios.

Temas específicos: As campanhas podem focar em temas e questões que são particularmente relevantes para certos grupos demográficos. Por exemplo, um candidato que deseja atrair eleitores jovens pode destacar políticas relacionadas à educação e à tecnologia.

Imagens e símbolos: As imagens e símbolos usados em materiais de campanha, anúncios e discursos podem ser escolhidos com base nos arquétipos que se deseja evocar. Por exemplo, o uso de imagens de família e comunidade pode personificar o arquétipo da “Mãe” ou do “Pai”.

Linguagem e tom: A linguagem e o tom dos discursos e mensagens podem ser ajustados para refletir os arquétipos relevantes. Por exemplo, um candidato que deseja projetar o arquétipo do “Sábio” pode usar um tom mais ponderado e acadêmico.

Integração de valores e causas: Candidatos podem alinhar sua plataforma política com os valores e causas que são importantes para diferentes grupos demográficos. Isso pode incluir questões como direitos civis, meio ambiente, saúde pública, entre outras.

Em relação a exemplos recentes de campanhas bem-sucedidas que utilizaram estratégias com base em arquétipos, é importante observar que as estratégias de campanha podem variar amplamente de acordo com o contexto político e cultural. Além disso, as campanhas bem-sucedidas geralmente envolvem uma combinação de fatores, e não apenas o uso de arquétipos.

No entanto, muitas campanhas políticas bem-sucedidas têm se concentrado em criar narrativas e imagens que ressoam com diferentes grupos demográficos. Por exemplo, em uma eleição presidencial, um candidato pode adotar uma abordagem mais “heróica” para atrair eleitores que desejam mudanças significativas, ao mesmo tempo em que usa um arquétipo de “protetor” ao abordar questões de segurança e estabilidade para atrair eleitores que valorizam esses aspectos. A flexibilidade na adaptação de mensagens e abordagens pode ser uma estratégia eficaz para alcançar uma ampla base de apoio.

Qual é a relação entre os arquétipos dos candidatos e sua autenticidade percebida? Como os eleitores distinguem entre uma representação arquetípica e a genuinidade de um candidato? 

(Se for bem feito, é muito difícil perceber, não sei se vale colocar essa pergunta)

Quando um candidato deve contratar um consultor para mapear  e explorar o seu arquétipo?

Um candidato deve contratar um consultor para mapear e explorar o arquétipo de um candidato quando um candidato está no estágio inicial de planejamento de uma campanha eleitoral já que o consultor pode ajudar a definir a mensagem, a imagem e a narrativa da campanha com base nos arquétipos que melhor representam o candidato e seus objetivos.

Quando o candidato busca o reposicionamento político, já que o consultor pode ajudar a identificar os arquétipos mais adequados para o novo posicionamento e a desenvolver estratégias para comunicar essa mudança aos eleitores.

Quando o candidato está enfrentando dificuldades na comunicação de sua mensagem ou se a mensagem não está ressoando com o eleitorado.

Em situações de crise, como escândalos ou eventos inesperados, um consultor pode ajudar a gerenciar a imagem pública do candidato e a desenvolver estratégias para lidar com a crise de maneira eficaz.

Todos os Conteúdos