ATENÇÃO: este autor é extremamente polêmico e faço questão de trazer a vocês como um manual de defesa destas artimanhas que muitas vezes podem ser utilizadas contra pessoas de bem que querem participar da política e entram em grande embates nas competições eleitorais.
Sobre Saul Alinsky, ele viveu entre (1909-1972), foi um ativista e escritor político americano conhecido por sua defesa dos direitos civis e seu trabalho comunitário. Ele é citado na maioria das vezes por seu livro “Rules for Radicals” (Regras para Radicais), publicado em 1971, que se tornou um manual para a organização comunitária e o ativismo político.
Alinsky foi um dos primeiros organizadores comunitários a trabalhar com grupos marginalizados, como trabalhadores migrantes, negros urbanos e pessoas empobrecidas em áreas urbanas. Ele acreditava que as pessoas poderiam se organizar em torno de questões comuns e usar a pressão política para alcançar mudanças sociais e políticas.
Suas táticas, muitas vezes antiéticas, incluíam confrontar líderes políticos e empresariais, realizar manifestações públicas e organizar boicotes econômicos. Ele também encorajou as pessoas a desafiar o status quo e a desobedecer leis injustas.
Embora controverso em sua época, Alinsky influenciou muitos ativistas políticos e organizações comunitárias ao longo das décadas seguintes e sua abordagem ainda é estudada e debatida hoje.
Em sua biografia, fica claro a sua relação, ainda como universitário, com o segundo em comando no grupo do mafioso Al Capone, Frank Nitti. “Eu o chamava de professor e me tornei seu aluno”, definiu para a revista Playboy. Depois de observar toda a dinâmica de trabalho da Máfia, o jovem ativista concebeu as teses que o fariam famoso. Não há dúvidas de que era um radical de esquerda, posição assumida por ele próprio. Entre suas falas polêmicas, ele deixa esta: Lúcifer (sim, o próprio Satanás), ele escreveu, era o “primeiro radical conhecido que se rebelou contra o establishment” com sucesso, afinal “ganhou seu próprio reino”. Tudo que Alinsky queria era repetir o feito, derrubando os “poderosos” na sociedade americana.
Em seu livro Regras para Radicais, Saul Alinsky tem uma passagem filosófica sobre Meios e Fins na guerra política:
A preocupação de alguém com a ética dos meios e fins varia inversamente com o seu interesse particular.
Ele diz, que quando não estamos preocupados diretamente com a questão em discussão, a atenção para a ética dos meios aumenta. Todos nós temos força para suportar a desgraça dos outros, desde que tenhamos algo a ganhar.
O julgamento da ética dos meios é dependente da posição política dos participantes do julgamento.
Ele cita o exemplo dos que se opuseram aos nazistas na Alemanha, utilizaram dos mesmos meios dos próprios nazistas, mataram, explodiram, combateram os que se opunham.
Na guerra, os fins justificam quase todos os meios.
E sobre a terceira regra “na guerra os fins justificam quase quaisquer meios” ele afirma que os acordos sobre as convenções de genebra só são respeitados por medo de retaliação dos oponentes e não por causa dos acordos. Ele cita o caso que surgiu durante a segunda guerra mundial quando Churchill foi questionado por sua aliança com os russos e se achava constrangedora, o estadista respondeu: de maneira alguma eu tenho apenas um objetivo, a destruição de Hitler e minha vida se torna muito simplificada, deste modo, se Hitler invadisse o inferno eu teria feito ao menos uma referência favorável ao demônio na Câmara dos comuns.
Quanto menos importante o fim a ser desejado, mais alguém poderá se preocupar em avaliar a ética dos meios.
Alinsky que não dá uma justificativa para esta regra, quanto menos importante o fim a ser desejado mais alguém pode se preocupar em avaliar a ética dos meios. Um comparativo feito neste caso, quanto mais o público desejar alcançar determinado resultado menos vai se preocupar com discursos irrealistas apresentados, e isso é algo a ser combatido.
Geralmente o sucesso ou falha é um fator altamente determinante das éticas. A moralidade dos meios depende o quanto os meios estão sendo empregados no momento de derrota iminente ou vitória iminente.
Ele nos relembra que alguns meios considerados altamente prejudiciais possuem uma avaliação diferente em termos de julgamento público caso tenha sido usado em circunstâncias desesperadas. Ele cita o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima que garantiu a vitória dos aliados, até hoje existe um questionamento sobre a imoralidade dessa ação, já que o Japão estava prestes a se render. Alinsky que diz que se a bomba fosse lançada imediatamente após o ataque de Pear Harbor quando a nação temia uma invasão da costa pacífica a frota pacífica estava no fundo do mar e todas as forças americanas na Europa. Então o uso da bomba naquele momento seria ladeado universalmente como uma retribuição justa de fogo, granizo e enxofre, mas ainda seria considerado um triunfo do bem sobre o mal.
Qualquer meio efetivo é automaticamente julgado pela oposição como antiéticos
Você deve fazer o que puder, com o que tiver em mãos para adorná-lo com tons morais.
Os objetivos devem ser verbalizados em termos gerais como liberdade, igualdade e fraternidade, do bem-estar comum, da busca da felicidade e paz.
Justificativa de Alinsk para aplicação destas táticas:
Este fim particular, justifica este meio particular. Um homem de ação deve pensar em meios estratégicos de forma pragmática.
Os fins devem ser alcançáveis e valerem a pena.
A arena verdadeira é sangrenta e corrupta, para os esquerdistas suprirem as regras morais, pois entendem que o mundo em que eles vivem, é baseado nessas regras, para eles os burgueses são responsáveis por todos os males.
Faça ao oponente exatamente o que ele faria com você.
Consciência é uma virtude dos observadores e não dos agentes de ação, um luxo o qual não cabe aos agentes da mudança.
Entre a sua consciência e o bem da humanidade, a consciência deveria ser deixada de lado.
Buscamos salvar a massa e não a salvação do indivíduo.
Quem fica do lado da ética dos meios e fins está do lado dos burgueses. Alinsk despreza essas pessoas e diz que essas pessoas poderiam ter utilizados os meios para barrar os Nazistas e evitar o holocausto.
O cúmulo da imoralidade é não utilizar quaisquer meios.
A principal passagem do livro sempre citada são as 13 Regras para Radicais:
Abaixo estão as regras formuladas por Saul Alinsky supramencionado “Regras para radicais: um guia pragmático para radicais realistas”. A versão original continha apenas 11 regras, ao passo que as regras números 12 e 13 foram adicionadas pela edição de 1972. Tais regras de Alinsky podem ser classificadas como “táticas de confronto”, e são projetadas para derrotar seus oponentes através de resistência não violenta, baseando-se nas diversas campanhas de sucesso que Alinsky promoveu ao longo dos anos, em seus esforços para ajudar pessoas pobres na luta contra os poderosos e privilegiados.
1 – O poder não é apenas aquilo que você possui, mas o que seu inimigo pensa que você possui;
2 – Nunca abandone o campo de experiência do seu próprio povo;
3 – Sempre que possível, faça o inimigo sair do campo onde ele possui experiência;
4 – Faça o inimigo viver de acordo com seu próprio livro de regras;
5 – A ridicularização é a arma mais poderosa do homem;
6 – Uma boa tática é aquela da qual seu povo pode desfrutar;
7 – Uma tática que se prolonga demais torna-se contraproducente;
8 – Mantenha a pressão;
9 – A ameaça geralmente é mais aterrorizante do que a própria ação;
10 – A principal premissa tática é o desenvolvimento de operações que mantenham uma pressão constante sobre a oposição;
11 – Ao pressionar um ponto negativo com força e profundidade suficientes, ele será reconhecido pelo lado contrário;
12 – O preço de um ataque bem-sucedido é uma alternativa construtiva;
13 – Escolha o alvo, congele-o, personalize-o e polarize-o.
Saul Alinsky, Hillary Clinton e Obama.
Saul Alinsky influenciou muitos ativistas políticos ao longo das décadas seguintes a sua carreira. Tanto Hillary Clinton quanto Barack Obama mencionaram ter estudado e se inspirado no trabalho de Saul Alinsky.
Hillary Clinton foi uma das primeiras alunas de Saul Alinsky na década de 1960, quando ela escreveu sua tese de graduação em Wellesley College sobre o trabalho de Alinsky. Embora Hillary Clinton não tenha se tornando uma organizadora comunitária, ela continuou a ser influenciada pelos ideais e táticas de Saul Alinsky, e incorporou muitas dessas ideias em sua própria carreira política.
Barack Obama também estudou e se inspirou no trabalho de Saul Alinsky como organizador comunitário antes de se tornar um político. Obama trabalhou como organizador comunitário em Chicago nos anos 1980, e muitas das técnicas que ele usou para mobilizar a comunidade foram influenciadas pelas ideias de Saul Alinsky.
No entanto, é importante observar que enquanto ambos os políticos se inspiraram no trabalho de Saul Alinsky, eles também desenvolveram suas próprias abordagens políticas únicas e não necessariamente seguiram suas táticas de forma rígida.